Aumento de ICMS é rejeitado em comissões da ALRN
As Comissões de Fiscalização e
Finanças e de Administração da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte
rejeitaram o trecho do projeto de lei enviado pelo Executivo estadual que
propunha a elevação da alíquota modal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) de 18% para 20%. No entanto, a parte do texto que adequa a
legislação estadual à Lei Federal nº 87/1996 foi aprovada. Devido à inclusão de
uma emenda relacionada à análise do tributo, a matéria voltará a ser analisada
pela Comissão de Constituição e Justiça, que já havia apreciado o projeto no
mês passado.
A maioria dos parlamentares nas duas
comissões acompanhou os pareceres dos relatores: deputado José Dias (PL), na
Comissão de Finanças, e deputado Gustavo Carvalho (PL), na Comissão de
Administração. Na Comissão de Finanças, o relatório recebeu 4 votos favoráveis,
2 contrários e 1 abstenção. Já na Comissão de Administração, o resultado foi 3
votos a favor e 1 contra.
Entre os principais argumentos para
rejeitar o aumento do imposto está a ausência de um estudo de impacto
financeiro e orçamentário que embasasse melhor a análise das comissões. Além
disso, foi apontada a falta de detalhamento sobre a estrutura tributária do
estado e o impacto esperado dessa arrecadação na receita total do governo.
O deputado José Dias criticou os
fundamentos apresentados pelo governo para justificar o aumento do ICMS. “São
restritos à necessidade de arrecadar mais dinheiro para fazer frente ao aumento
salarial futuro dos servidores”, afirmou. Gustavo Carvalho, por sua vez,
alertou que o Estado dispõe de outras alternativas que não envolvem onerar os
contribuintes. Ele também criticou a recorrência do envio de projetos ao
Legislativo que prevêem aumento de gastos públicos.
O presidente da Comissão de Finanças,
deputado Tomba Farias (PL), reforçou a oposição à medida, rejeitando a alegação
do governo de que aumentar impostos seria a “única solução para o RN”. Já o
deputado Nelter Queiroz (PSDB), que se absteve da votação, sugeriu um amplo
debate sobre o orçamento estadual para 2026.
Por outro lado, os parlamentares
governistas rebateram as críticas. O líder do governo na Casa, deputado
Francisco do PT, defendeu o projeto rejeitado pelos relatores, destacando que a
arrecadação é essencial para viabilizar o reajuste dos servidores públicos.
“Votar essa matéria é também votar a favor do povo. A maioria não tem plano de
saúde, vai para a rede pública e é atendida pelos servidores. A maioria não tem
segurança privada, e quem oferece segurança são os policiais. Na educação, a
maioria não pode pagar por escolas privadas, e são os professores públicos que
garantem esse direito”, argumentou.
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