Governo envia à Assembleia projetos para reequilíbrio fiscal e estímulo à economia
As medidas foram discutidas e
apresentadas, esta semana, aos representantes de entidades do setor produtivo
do Rio Grande do Norte
O Governo do Estado enviou à
apreciação da Assembleia Legislativa projetos de leis voltados à legislação
tributária, com mudanças que devolvem e asseguram o reequilíbrio
econômico-financeiro ao Estado, garantindo a manutenção de serviços essenciais
à sociedade, e que trazem benefícios diretos e indiretos também ao setor
produtivo e ao contribuinte.
As medidas foram discutidas e apresentadas, esta semana, aos representantes de entidades do setor produtivo do Rio Grande do Norte, antes do envio à Casa Legislativa, aonde passa à análise dos deputados estaduais.
Na construção das propostas remetidas ao
Legislativo, o Governo do Estado busca a recomposição das finanças, notadamente
após a redução da alíquota modal do ICMS, hoje em 18%, e incluiu uma série de
medidas que trazem benefícios ao setor produtivo e à população, sem perdas ao
Estado, e que vão além da retomada da alíquota do ICMS para 20% a partir de
2025.
Entre as medidas que estimulam o
comércio e gera especialmente benefícios à população, está um projeto de lei
que autoriza o Poder Executivo Estadual a devolver para famílias de baixa renda
o valor correspondente ao ICMS pago por este consumidor no ato da compra no
comércio, uma espécie de ‘cashback”.
A equipe econômica do governo do
estado estima que 850 mil famílias de baixa renda serão alcançadas com essa
medida — para ter acesso requer estar inscrita no Cadúnico. Algumas dessas
regras já foram debatidas com as entidades que representam o setor de comércio
do Rio Grande do Norte. O Projeto deve alcançar até 850 mil famílias inscritas
no CadÚnico, e repercutir até RS 5 milhões em ICMS.
De maneira prática, quando essa
família efetua uma compra no comércio do Rio Grande do Norte, o ICMS que incide
sobre aqueles produtos adquiridos volta parcialmente para esta família em forma
de crédito que poderá ser usado novamente no comercio local. Para a Secretaria
de Estado da Fazenda, o projeto estimula esse consumidor a solicitar a nota
fiscal, tal qual ocorre hoje através do Nota Potiguar.
A medida gera benefício direto ao
cidadão, e por outro lado esse “crédito” voltará em forma de consumo ao
comércio, porque gera mais poder de compra ao consumidor, realimentando o ciclo
de vendas e arrecadação. Nessa lógica, ganha o estado porque mantém arrecadação,
o comércio em função de um recurso que volta na forma de consumo, e o cidadão
com baixa renda, que passa a ter uma espécie de crédito, tal qual já é
praticado por algumas empresas e corporações.
O Poder Executivo, entre as propostas
de mudanças encaminhadas à Assembleia Legislativa, pretende alterar também
legislações que tratam do ICMS relativo aos veículos elétricos e o IPVA dos
demais veículos, esse com relação à atual abrangência do benefício de isenção
do imposto. Há ainda proposta de modificação da lei que trata do Imposto sobre
Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos – ITCD.
A Secretaria de Estado da Fazenda
(Sefaz) ressalta que o conjunto de medidas sugeridas ao Poder Legislativo,
entre elas a modificação da alíquota modal do ICMS de 18% para 20%, pretende
frear as sucessivas perdas substanciais na arrecadação do Rio Grande do Norte.
E, uma vez acatada pela Assembleia, também deve evitar perdas em razão da
Reforma Tributária, que estabeleceu como parâmetro para o rateio da arrecadação
do novo imposto sobre o consumo, a receita média de cada ente federativo no
período de 2019 a 2026. Rateio que perdurará por 49 anos. A decisão dos
deputados traz efeitos positivos, ou negativos, a depender de qual seja, às
próximas gestões do Executivo.
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