5G: apenas de 15% dos municípios têm leis específicas sobre o tema
Apesar de o Ministério das
Comunicações anunciar que a partir de segunda-feira (2) os moradores de todos
os 5,5 mil municípios do Brasil terão a implantação da tecnologia 5G – na faixa
de 3,5 GHz – liberada em seus territórios, apenas cerca de 15% dos municípios
brasileiros possuem leis específicas para o tema. Entre os entraves ao
progresso da implantação da tecnologia no país, está o licenciamento definido
pela legislação relacionada à infraestrutura de suporte, como as torres de
telefonia.
O coordenador de
infraestrutura do Conexis
Brasil Digital, Diogo Della Torres, destaca que a tecnologia da
quinta geração precisa de novas antenas, que não estão previstas em grande
parte das leis municipais.
"A tecnologia 5G exige uma
quantidade muito maior de antenas do que temos hoje. A boa notícia é que essas
antenas são menores e sua instalação, mais simples. Independentemente do tipo
de infraestrutura que vai ser utilizada para instalar essas antenas, é
necessário que essa infraestrutura de suporte esteja licenciada perante os
municípios", menciona.
Ele completa, destacando a importância
dos gestores municipais unirem esforços para a atualização das leis sobre
infraestrutura.
"Para que isso aconteça, é
preciso que o município tenha uma lei específica para as infraestruturas de
suporte e telecomunicações, que nada mais são do que as torres de telefonia.
Atualmente, no Brasil, nós temos somente cerca de 15% dos municípios com leis
específicas para esse tema. Dessa forma, é preciso que os gestores. municipais,
assim como a Câmara Municipal em todos os municípios, estejam atentos a esse
tema para elaborar, aprovar e sancionar uma lei específica", avalia.
Diogo Della Torres ressalta a
necessidade de atualização da legislação municipal para tornar a
instalação mais fácil nas localidades. O especialista sugere que o passo
inicial é que os gestores se atentem a um projeto de lei sugerido pela Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), que figura como uma espécie de
padrão para os municípios, com vistas a normatizar a instalação da
infraestrutura necessária.
“É preciso que os municípios atualizem
suas leis de antenas para facilitar a instalação da infraestrutura necessária
para o 5G. A legislação federal contém diretrizes e a Anatel, por exemplo,
disponibiliza um PL sugerido. O objetivo é conciliar a competência federal de
legislar sobre telecomunicações com a competência municipal de legislar sobre o
uso e ocupação do solo, visando a construção de um normativo municipal e de
processos internos das prefeituras, que possibilitem que o investimento das
operadoras se traduza em conectividade ao cidadão, em prazo razoável”, pondera.
Apesar das dificuldades na adaptação
das legislações municipais, Diogo relembra que o prazo estabelecido no edital
para atender todos os municípios brasileiros vai até 2030.
Fonte: Brasil 61
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