Mossoró: Não execução de emendas impositivas pode levar à cassação de mandato do prefeito
A
Câmara Municipal de Mossoró cobra da gestão Allyson Bezerra (União Brasil) uma
dívida de R$ 43,9 milhões em emendas impositivas acumuladas. O prefeito não
realizou pagamento de nenhum valor correspondente às emendas desde o início da
atual legislatura. Esta atitude, de ignorar o cumprimento das emendas, pode
levar o prefeito Allyson a um processo de cassação de mandato. Explica-se:
Por
se tratar de matéria orçamentária aprovada pelo Poder Legislativo e de execução
obrigatória, pode-se enquadrar a inexecução das emendas impositivas como uma
infração político-administrativa do prefeito, nos termos do Decreto-Lei nº
201/1967. Segundo a norma, constitui infração político-administrativa do
prefeito sujeita ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a
cassação do mandato: descumprir o orçamento aprovado para o exercício
financeiro (art. 4º, VI).
Portanto,
não restam dúvidas que a ausência de execução das emendas parlamentares
individuais impositivas, previstas em lei, pode ensejar a cassação do mandato
do gestor por descumprimento do orçamento aprovado pela Câmara. Além disso,
poderá ter parecer desfavorável do Tribunal de Contas (TCE), conforme artigo
166, §9º da Constituição Federal.
Allyson
Bezerra não acredita que a Câmara abra processo para julgar a infração
político-administrativa, muito menos que estabeleça uma linha de investigação
de atos suspeitos em sua gestão. Ele se sustenta na sua bancada numerosa,
formada por 15 dos 23 vereadores que compõem a atual legislatura. De fato, o
prefeito nunca teve seus interesses contrariados pelo Legislativo e sempre
aprovou tudo que mandou para Câmara.
Jornal de fato*
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