Filas para cancelar contribuição sindical se repetem pelo país
As
imagens de trabalhadores hora a fio na fila para cancelar a contribuição
sindical — no município de São Gonçalo (RJ) na última sexta-feira (12) — vêm se
tornando rotina no país.
Desde
que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, no ano passado, como
constitucional a cobrança da chamada contribuição assistencial — que na
prática substitui o extinto imposto sindical — dos trabalhadores, sejam
eles filiados ou não, há registros de perrengues aos quais aqueles que não
desejam ter o valor descontado do salário têm que passar, em várias partes do
país.
Ocorre
que, além de julgar como constitucional a cobrança, o STF inverteu a lógica
estabelecida no texto da reforma trabalhista, aprovada em 2017. É o que explica
o advogado trabalhista Pedro Maciel.
"Antes
da reforma trabalhista, o imposto sindical era obrigatório. A partir da
reforma, a contribuição passou a ser voluntária. Com a decisão do Supremo, os
empregados que não quiserem [pagar] têm que dizer isso expressamente",
diz.
No
jargão popular, hoje prevalece o "quem cala, consente". Até meados do
ano passado, era o contrário. Só pagava quem manifestava esse desejo.
Os
trabalhadores, contudo, reclamam que vários sindicatos têm restringido o
direito ao "não", seja ao comunicar com poucos dias de antecedência o
local e horários para a formalização do cancelamento da contribuição, seja com
janelas de horário restritas e inoportunas para o comparecimento dos
funcionários.
Esse
foi um dos motivos por trás do descontentamento de funcionários públicos do
Distrito Federal que formaram fila na capital federal para rejeitar o desconto
no contracheque, em outubro do ano passado.
Fonte: Brasil 61
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