Farmácia Popular distribuiu R$ 7,4 bi a falecidos de 2015 a 2020
Programa
tradicional de distribuição gratuita ou com desconto de 90% de remédios
subsidiados pelo Ministério da Saúde, o Farmácia Popular distribuiu, entre
julho de 2015 e dezembro de 2020, R$ 7,43 bilhões em medicamentos a pacientes
falecidos. O programa também vendeu R$ 2,57 bilhões em medicamentos sem nota
fiscal que comprovasse a compra pelo estabelecimento credenciado.
As
conclusões constam de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo
o relatório, os problemas decorreram da falta de um controle maior nos
ressarcimentos às farmácias onde os medicamentos são retirados. Isso porque a
fiscalização ocorre, na maior parte dos casos, a distância e de forma manual.
No
caso da distribuição a pacientes falecidos, a CGU cruzou o Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF) do paciente com autorizações emitidas pelo Ministério da Saúde e
informações do Sistema Nacional de Registro Civil (Sirc), do Sistema de Controle
de Óbitos do Ministério da Previdência (Sisobi) e do Sistema de Informações de
Mortalidade (SIM) do DataSus.
“A
situação denota desperdício de recursos públicos e fraude cometida pelo
particular que efetua a compra, burlando os controles na farmácia, ou pelo
próprio estabelecimento”, destacou a CGU no relatório.
Em
relação à venda sem nota fiscal, a auditoria constatou que os gastos com
remédios sem nota fiscal equivaleram a 18,5% dos R$ 13,8 bilhões desembolsados
pelo Farmácia Popular no período da investigação. Ao analisar 362 milhões de
registros de venda nesse intervalo, 17,4% não estavam cobertos por estoque de
medicamentos amparados em documentação fiscal.
No
Farmácia Popular, os estabelecimentos credenciados repassam aos pacientes os
medicamentos com desconto de 90% em relação ao valor de referência. Os remédios
para o tratamento de hipertensão, diabete e asma são distribuídos de forma
gratuita. Os comerciantes são ressarcidos pela Secretaria de Ciência,
Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, do Ministério da Saúde, que subsidia
a aquisição dos medicamentos.
Agência
Brasil
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