Com investimetnos de R$ 3,2 bilhão, primeiras PPPs da Caern devem começar em 2026
As
primeiras Parcerias Público Privadas (PPPs) para a Companhia de Águas e Esgotos
do Estado (Caern) deverão ser efetivadas no início de 2026. Este é a previsão
para que todos os procedimentos sejam realizados até o segundo semestre de 2025
quando se espera que seja realizado o leilão para empresas interessadas em
investir na universalização do sistema de saneamento básico do Rio Grande do
Norte. Com a assinatura do contrato junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), realizada nesta quarta-feira (17), no auditório da
Governadoria, em Natal, o Governo do Estado deu o pontapé para que o banco
realize os estudos que vão definir a modelagem para o edital dessas PPPs.
O investimento mínimo necessário é de R$ 3,2 bilhão e as primeira PPPs devem
alcançar 1,8 milhão de habitantes em 48 municípios. “É o primeiro contrato com
vistas à PPP após o novo marco legal do saneamento para que possamos avançar
naquilo que é estruturante e imprescindível para a questão do saneamento
básico, tanto no que diz respeito ao abastecimento, como ao esgotamento
sanitário”, destacou a governadora Fátima Bezerra.
Ela frisou que o modelo escolhido não foi o de privatização, nem de outorga
antecipada, mas um formato que permite ao Estado manter o controle da estatal.
“O Estado continua sendo o controlador majoritário. A Caern continua sendo uma
sociedade de economia mista e, portanto, trazendo a iniciativa privada para
essa parceria, com vistas a trazer aquilo que o nosso povo tanto precisa, que é
a universalização do saneamento, promovendo saúde, bem-estar e
desenvolvimento”, disse a gestora.
Os estudos do BNDES devem se estender por 18 meses e têm o objetivo de apontar
o melhor caminho para a Caern celebrar as parcerias.
O diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa,
explicou que a instituição vai atuar com consultores especializados nas mais
diversas áreas para desenhar os modelos. “Vamos estudar o melhor investimento,
onde deve ser melhor aplicado e em qual prazo. Depois a gente devolve os
estudos ao Governo, que avalia qual o formato e submete à consulta pública.
Depois, faz ajustes, com as contribuições e lança o edital”, detalhou.
Ele ressalta que o banco também vai ajudar a atrair investidores. “Vamos atuar
desde o projeto até o leilão. A consulta pública deve ocorrer no primeiro
semestre de 2025 e o leilão vem em seguida. Quem ganhar o leilão, poderá
solicitar financiamento ao BNDES e há interesse do setor privado, que já tem
nos procurado para se informar sobre o projeto. Não temos dúvida de que será um
projeto de sucesso e exemplo para o Brasil”, prevê o diretor.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiern), Roberto
Serquiz, a PPP é um instrumento facilitador de investimentos para o Estado. “É
um instrumento moderno que nós temos no Rio Grande do Norte. A Federação da
Industria participou ativamente de todo o diálogo. A abrangência, inclusive, do
saneamento, foi um item defendido para ser incluído na abrangência da lei da
PPP. Então, abre-se aqui uma experiência que já existe em outros estados”,
declarou.
Da cerimônia de assinatura do contrato com o BNDES participaram diversos
prefeitos, como Joaquim Medeiros, do município de Cruzeta. Ele disse que sanear
as cidades é um sonho comum entre os gestores. “Esse momento renova a esperança
de nós gestores de termos saneamento básico em nossas cidades. Essa é uma
demanda de todos os municípios”, destacou.
PPP
dá direito à iniciativa privada de operar sistema de esgotamento
Na
prática, o Governo do RN vai dividir os custos das obras de saneamento básico
com investidores privados que depois serão compensados com repasses financeiros
por um período pré-determinado. Se o valor do investimento para determinado
projeto for, por exemplo, R$ 2 bilhões, o Estado oferece uma parte e a outra
caberá a esse investidor aplicar. Ele poderá receber financiamento do BNDES.
Com isso, a iniciativa privada também ganha o direito de operar o sistema e ser
remunerada por isso para ter o retorno do investimento aplicado. “Digamos que a
tarifa de esgoto é definida em R$ 10 reais. Então eu leiloo e quem fizer por R$
7, ganha de quem faria por R$ 8. Significa que, dos R$ 10 da tarifa, R$ 3
ficaria para a Caern e os R$ 7 para esse investidor criar e cuidar de todo o
sistema, investir, operar e, depois de um tempo, devolver ao Estado a estrutura
construída”, explicou o diretor-presidente da Caern, Roberto Linhares.
Atualmente a cobertura de esgoto no estado é de 26%. No grupo dos 48 municípios
incluídos nesta primeira etapa da PPP chega a 33% e deve alcançar 90% até 2033,
segundo Linhares. “O Governo ganha porque a gente vai cumprir com a
universalização do esgoto. A população ganha com mais saúde e qualidade de vida
e a Caern terá mais condições de se dedicar à água e a cuidar de levar aquele
serviço onde não está sendo feito adequadamente”, pontua o diretor da Caern.
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