Ex-presidente da CM de Mossoró é condenada a 30 anos de prisão por esquema de empréstimo consignado
A
ex-vereadora e presidente da Câmara Municipal de Mossoró Izabel
Montenegro foi condenada a 30 anos de prisão num processo que
investigou um esquema na realização de empréstimos consignados que não eram
descontados no contracheque. Apesar da condenação, a ex-parlamentar pode
responder em liberdade.
Em
nota, a defesa da ex-vereadora disse estranhar a sentença ter sido divulgada na
mídia antes da intimação das partes e alegou ainda que o magistrado que expediu
a decisão "não participou de nenhum ato do processo", o que,
"certamente, explica o distanciamento das conclusões sentenciais da prova
efetivamente produzida nos autos".
A
defesa também pontuou que "a pena de 30 anos, ainda que admitida como correta
a leitura do magistrado sobre a prova, afasta-se e muito das penas aplicadas em
operações semelhantes seja no âmbito local, seja nacionalmente". A defesa
disse que a ex-vereadora é inocente e que, "na certeza de que a sentença
merece reforma", vai recorrer da decisão.
A
Operação Sal Grosso é de 2007 e as denúncias sobre o esquema aconteceram entre
2005 e 2008. O processo investigou crimes e atos de improbidade administrativa
praticados pelos então vereadores mossoroenses que teriam feito empréstimos consignados
sem o desconto no contracheque.
De
acordo com a denúncia, os então assessores dela, Paulo Henrique Araújo Holanda
Montenegro e José Nicodemus Holanda, filho e marido de Izabel respectivamente,
teriam feito empréstimos consignados com a Caixa Econômica.
As
parcelas mensais deveriam, nesse caso, incidir sobre a remuneração pública que
recebiam. Entretanto, os valores eram pagos com o orçamento da própria Casa
Legislativa.
Segundo
o juiz Ricardo Antônio Menezes Cabral Fagundes, existem "provas robustas"
de que Izabel cometeu corrupção passiva, com o agravante de que ela própria era
servidora da Caixa e atuou na preparação dos empréstimos.
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