Transporte escolar: “Reajuste de 16% ajuda, mas ainda teremos, aí, menos de um real por dia por aluno”, critica especialista
O
ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou na última terça-feira (6) o
reajuste de 16% nos recursos do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do
Escolar (Pnate). O ministro disse que o governo pretende investir R$ 900
milhões ainda em 2023, neste programa que é o responsável por repassar dinheiro
do MEC para que estados, municípios e o Distrito Federal apliquem no transporte
de alunos que estudam em áreas rurais. “Aproximadamente 4,6 milhões de
crianças serão atendidas, beneficiando 4.985 municípios do país”, afirmou
Santana.
Para
o consultor de Orçamentos César Lima, o reajuste do Pnate vai ajudar
as prefeituras, porque a maioria delas gasta muito ao transportar estudantes
para escolas muitas vezes distantes de onde residem as famílias dos
alunos, mas não é possível afirmar que o aumento vai
atender inteiramente às necessidades do setor, nos municípios.
O
especialista entende que, mesmo com a atualização dos valores repassados, ao se
analisar a quantidade de dinheiro que será enviada e os atendimentos que
serão realizados, o aumento anunciado pelo ministro não vai atender à
demanda: “Ainda temos, aí, menos de um real por dia por aluno — um
valor bem baixo”, raciocinou César Lima.
“Ao
colocar na ponta do lápis o consumo de combustível, motorista e manutenção da
frota, isso tudo realmente não vai ser coberto por esses valores, mas com certeza
ajudará bastante, uma vez que o recurso é distribuído por número de matrículas
nas escolas rurais. Então ele é per capita, por aluno”, observou o
consultor.
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