Supremo terá julgamentos decisivos no segundo semestre
O Supremo Tribunal Federal (STF)
retoma na terça-feira (1°) as sessões de julgamento após o recesso de julho. O
segundo semestre na Corte será marcado por julgamentos decisivos, entre eles, a
descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, a legalidade do juiz de
garantias e do marco temporal para demarcação de terras indígenas.
Também estão previstas a posse de
Cristiano Zanin, no início de agosto, e a aposentadoria da ministra Rosa Weber,
em outubro.
Início dos trabalhos
Na primeira sessão, os ministros vão
retomar o julgamento sobre o uso da tese de legítima defesa da honra para
justificar a absolvição de condenados por feminicídio.
Em junho, antes do recesso, a maioria
de votos foi formada para proibir que a tese possa ser utilizada como argumento
de defesa dos advogados do réu ou para justificar absolvição pelo Tribunal do
Júri, sob pena de anulação. Faltam os votos das ministras Rosa Weber e Cármen
Lúcia.
A Corte julga uma ação protocolada
pelo PDT em 2021 para impedir a absolvição de homens acusados de homicídio
contra mulheres com base no argumento de que o crime teria sido cometido por
razões emocionais, como uma traição conjugal, por exemplo.
Porte de drogas
Na quarta-feira (2), a Corte retoma o
julgamento que trata da descriminalização do porte de drogas para consumo
pessoal. A descriminalização começou ser analisada em 2015, mas o julgamento
foi suspenso por um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.
O caso trata da posse e do porte de
drogas para consumo pessoal, infração penal de baixa gravidade que consta no
Artigo 28 da Lei das Drogas (Lei 11.343/2006). As penas previstas são
advertência sobre os efeitos das drogas, serviços comunitários e medida
educativa de comparecimento a programa ou curso sobre uso de drogas.
Até o momento, três ministros – Luís
Roberto Barroso, Edson Fachin e Gilmar Mendes – votaram, todos a favor de algum
tipo de descriminalização da posse de drogas.
Zanin
Na quinta-feira (3), Cristiano Zanin
será e empossado no cargo de ministro do Supremo. Indicado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e aprovado pelo Senado, Zanin tem 47 anos e vai ocupar a
cadeira deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em maio
deste ano.
Juiz de garantias
Um dos primeiros julgamentos com
participação de Zanin será o da constitucionalidade do juiz de garantias.
Trata-se de mecanismo no qual o magistrado responsável pela sentença não é o
mesmo que analisa as cautelares durante o processo criminal. A retomada do
julgamento está prevista para 9 de agosto.
Terras indígenas
Ainda neste semestre, o Supremo deve
retomar o julgamento sobre obre o marco temporal para demarcação de terras
indígenas. Em junho, o ministro André Mendonça pediu vista do processo, que
deve ser devolvido para julgamento no prazo de 90 dias. Na sessão na qual a
análise foi suspensa, a presidente de Supremo, Rosa Weber, cobrou do ministro a
devolução do processo para julgamento antes de sua aposentadoria.
Rosa Weber
Em outubro, a ministra Rosa Weber completará 75 anos e deverá se aposentar compulsoriamente. Com a abertura da vaga, o presidente Lula poderá fazer nova indicação para a Corte, a segunda em seu atual mandato.
Fonte Agencia Brasil |
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