O imbróglio continua, novo pedido de vista suspende julgamento no STF sobre o Piso de Enfermagem
O
julgamento do piso salarial da enfermagem no Supremo Tribunal Federal (STF) foi
novamente suspenso nesta sexta-feira (16) ,após pedido de vista do ministro
Dias Toffoli no plenário virtual. O processo havia sido liberado no último dia
9 de junho pelo ministro Gilmar Mendes, que pedira mais tempo para analisar
a matéria no dia 24 de maio.
Antes
desta sexta, o tema entrou em plenário virtual dia 19 de maio. Com o novo
pedido de vista, Toffoli tem até 90 dias para devolver o processo. A ação
avalia a constitucionalidade do piso da categoria.
A
proposta tem causado preocupação nos setores público e privado. A advogada
especialista em Direito da Saúde Rebecca Paranaguá, sócia do escritório Bento
Muniz Advocacia, comenta sobre a grande repercussão do aumento e como o governo
poderia colaborar para reduzir o choque no orçamento.
Ao setor público, está previsto um repasse para colaborar no custeio do novo
piso salarial, contudo os gestores municipais ressaltam que o valor é
insuficiente. O prefeito de Santa Maria da Boa Vista (PE), George Duarte, expõe
que com o aumento proposto pelo governo, o município precisa de R$ 320 mil por
mês para custear o piso, porém o repasse que é feito é de apenas R$ 38 mil, o
que gera um déficit de quase R$ 2 milhões no ano.
De
acordo com a Lei 14.434/2022, que instituiu o piso nacional da enfermagem,
enfermeiros devem receber ao menos R$ 4.750; técnicos de enfermagem, R$ 3.325 e
auxiliares de enfermagem e parteiras no mínimo R$ 2.375. Segundo levantamento
da Confederação Nacional do Municípios (CNM), essa revisão do salário mínimo da
categoria vai gerar um acréscimo de R$ 10,5 bilhões nos gastos municipais.
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