Ministro do STF anula provas contra Robinson nas operações Dama de Espadas e Anteros
O
ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular todas
as provas coletadas contra o ex-governador e atual deputado federal Robinson
Faria (PL)
no âmbito das operações Dama de Espadas e Anteros, deflagradas,
respectivamente, em 2015 e 2017, e que apuram um esquema de desvio de recursos
públicos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. A decisão de Toffoli
foi proferida nesta quinta-feira 15, em um habeas corpus.
Com
a decisão, estão declaradas como inservíveis provas contra Robinson
eventualmente encontradas em quebras de sigilos telefônico, fiscal e bancário,
interceptações telefônicas, escutas ambientais, buscas e apreensões. Em 2021, o
ministro do STF já
havia determinado a suspensão de uma ação penal que corre na Justiça sobre o
mesmo assunto.
Na avaliação de Toffoli, as provas devem ser anuladas porque partiram de uma investigação do Ministério Público Estadual (MPRN) desdobrada indevidamente a partir da 1ª instância da Justiça do RN.
O ministro acatou argumento da defesa de Robinson Faria
Os
advogados do deputado alegaram que, como durante a operação Dama de Espadas
apareceram indícios do envolvimento de políticos com foro privilegiado, a 8ª
Vara Criminal deveria ter remetido o caso imediatamente para análise da
instância superior – no caso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte
(TJRN) – em vez de decidir sobre os rumos da investigação.
Na
época, em vez de encaminhar o caso para análise do TJRN, a 8ª Vara permitiu
que o material descoberto por promotores de 1ª instância fosse enviado para a
Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) prosseguir com a investigação.
“Apesar
de todos os indicativos de suposta participação de detentores de cargo com
prerrogativa de função, a supervisão pelo órgão judicial foi ignorada pelo
juízo de primeira instância, por pelo menos 3 anos (entre 2012 e 2014)”,
escreveu Toffoli.
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