Estudo apresenta como as parlamentares são ofendidas nas redes sociais
Parlamentares brasileiras são alvos de
insultos, críticas e invalidações feitas de forma violenta nas redes sociais.
Um estudo com mais de 1,5 mil mensagens publicadas no Twitter, Facebook,
Instagram e Youtube, entre julho e dezembro de 2021, mostra que 9% delas
continham algum indício de violência discursiva contra essas deputadas federais
e senadoras.
A pesquisa Mapa da Violência Política
de Gênero em Plataformas Digitais, produzida pelo Laboratório de Combate à
Desinformação e ao Discurso de Ódio em Sistemas de Comunicação em Rede (DDoS
Lab), da Universidade Federal Fluminense (UFF), analisou menções a 79 deputadas
federais e a 12 senadoras da 56ª legislatura (2019 a 2023).
De acordo com o estudo, os insultos
são a forma de ataque mais acionada pelos usuários das redes sociais contra as
parlamentares. Esse tipo de violência discursiva, que segundo o estudo se
revela em xingamentos como “loira burra” ou “vagabunda”, apareceu em 41% das
mensagens ofensivas.
Em seguida, aparece a invalidação
(26,6% das ofensas). Esse tipo de ofensa busca anular a validade ou diminuir a
importância daquilo que a parlamentar expressou, mostrando-se em frases como
“tal coisa é mimimi”.
As críticas puras e simples, que se
manifestam em expressões como “ela é uma péssima profissional” ou “odeio
fulana”, responderam por 24,5% das ofensas.
Outros tipos de violência discursiva
encontradas, em número menor de menções, foram ameaça – “tem mais é que morrer”
ou “vou te dar uma lição” – e discurso de ódio “tinha que ser preta”.
“Isso não significa que parlamentares
homens não são atacados. Eles são, com certeza, e podem ser até mais. Mas o que
a gente precisa olhar é o caráter dessa violência. Homens geralmente são
atacados enquanto figuras políticas. O fulano é chamado de corrupto, o sicrano
é classificado como mau gestor. Enquanto com as mulheres políticas, o que é
atacado? O corpo dela, a aparência, a família, a capacidade intelectual, a
legitimidade dela naquela espaço”, explica Letícia Sabbatini, pesquisadora que
participou do estudo.
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