Policia Federal deflagra operação para investigar compra de respiradores pelo consórcio Nordeste
Fonte Jornal TN
A
Polícia Federal deflagrou operação para colher novas provas em investigação
sobre desvios na compra de respiradores pelo consórcio Nordeste. Mandados de
busca e apreensão são cumpridos nesta terça-feira (26) contra empresários,
laranjas e lobistas envolvidos no suposto esquema.
O
caso é investigado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e apura o contrato
de cerca de R$ 45 milhões, para compra de 300 respiradores que seriam usados no
enfrentamento à pandemia da covid-19 e nunca foram entregues.
Não
há mandados contra governadores. O caso está no STJ porque o governador da
Bahia, Rui Costa, presidente do consórcio à época dos fatos, é investigado por
ter dado autorização à aquisição dos aparelhos.
O
caso
Os
governadores do Nordeste decidiram comprar os equipamentos no início de abril,
após terem sido frustrados com a apreensão de uma carga com 600 equipamentos em
Miami, durante translado da China. Nessa operação, onde não houve pagamento
antecipado, a importação competiria à empresa Ocean-26, sediada em Los Angeles.
O valor empregado seria mais de R$ 56 milhões.
Com
a apreensão, os governadores buscaram outra alternativa. A demanda global por
respiradores, no entanto, levou empresas a exigirem pagamento antecipado, além
da elevação no preço da mercadoria. Uma compra realizada pelo Estado do
Maranhão ainda no início de abril, com pagamento antecipado, levou o Consórcio
Nordeste a confiar na transação.
Para
a nova aquisição, a empresa escolhida foi a Hempcare Pharma. Em 8 de abril, o
Governo da Bahia publicou o contrato que firmou com a empresa para a compra dos
respiradores.
Cada
Estado da região teria direito a 30 equipamentos, por R$ 4.947.535,90, exceto a
Bahia, que despendeu o dobro do valor para 60 respiradores. De acordo com a
empresa Hempcare Pharma, a compra na China se mostrou inviabilizada quando ela
verificou, ainda em território chinês, que os equipamentos adquiridos tinham
defeito de fábrica nas válvulas pneumáticas, indispensável para o funcionamento
das máquinas.
Também
conforme a Hempcare Pharma, ela ofereceu aos governadores do Nordeste a opção
de comprar equipamentos dentro do Brasil, mas recebeu negativa dos mandatários,
que exigiram o dinheiro de volta.
A
negativa dos governadores foi dada alegando que os equipamentos apontados pela
Hempcare, na indústria nacional, dependem ainda de aprovação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
É a
partir desse ponto que o impasse entre os Estados do Nordeste e a Hempcare
desaguou na Justiça Federal da Bahia e também a partir da qual as versões sobre
o caso se conflitam. Enquanto a empresa alegava que há acordo para devolução
dos recursos até 10 de junho, o Consórcio Nordeste buscava medidas judiciais
que atropelam qualquer tipo de relação amistosa.
O
paradeiro da quantia antecipada é uma questão que foi explicada pela própria
Hempcare,à época. Segundo a empresa, o dinheiro foi utilizado para a compra de
480 respiradores que dependiam da aprovação da Anvisa para liberação.
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