Ômicron pode ser o vírus de mais rápida propagação da história
A
variante Ômicron do SARS-CoV-2 pode já ser o vírus de mais rápida
propagação de toda a história. A informação foi dada pelo médico
infectologista norte-americano, Roby Bhattacharyya, do Hospital Geral de
Massachusetts. A nova cepa é dominante em várias nações do mundo e
está levando à explosão do número de casos de covid-19.
“É
uma propagação incrivelmente rápida”, alertou Bhattacharyya.
O
médico e pesquisador fez um cálculo entre a Ômicron e o sarampo, um
dos vírus mais contagiosos. Ele concluiu que, num cenário de ausência de
vacinação, um caso de sarampo daria origem a mais 15 casos em apenas
12 dias. Já um caso de Ômicron daria origem a 216 casos no mesmo período. A
estimativa significa que, em 35 dias, a Ômicron poderia atingir 280 mil
pessoas, enquanto o sarampo afetaria 2.700.
No
entanto, num cenário em que a maioria da população está vacinada ou já teve
covid-19, o especialista estima que um caso de Ômicron dê origem a apenas
mais três casos, número semelhante ao do vírus original, ausente de
mutações.
Essa
previsão continua, mesmo assim, preocupante, podendo ser comparada
à transmissibilidade do SARS-CoV-2 quando apareceu inicialmente e
começou a propagar-se, num momento em que não havia vacinas e poucas eram
as medidas de contenção.
“Nas
condições atuais”, com vacinação e restrições, “um modelo simples de
crescimento exponencial revelaria 14 milhões de pessoas infectadas com Ômicron
a partir de um único caso, em comparação com as 760 mil infectadas com sarampo
numa população sem defesas específicas”, adiantou o médico.
Ômicron
“É o
vírus mais explosivo e de mais rápida difusão de toda a história”, alertou
também o médico Anton Erkoreka, que investiga epidemias passadas.
Ele
comparou o SARS-CoV-2 à gripe russa de 1889: ambos os vírus levaram apenas três
meses para se propagar em todo o planeta. Agora, “a variante Ômicron
bateu o recorde de propagação”, afirmou.
Se,
por um lado, a nova cepa consegue infectar até pessoas já vacinadas, por outro
essas vacinas impedem, na maioria dos casos, a doença grave. O menor risco
individual é a razão pela qual, neste momento, o número de contágios dispara,
mas o número de pessoas hospitalizadas se mantém estável.
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