CPI da Covid indicia secretário de Saúde do Rio Grande do Norte e empresários
O secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, foi incluído entre os indiciados pela CPI da Covid da Assembleia Legislativa. A decisão ocorreu durante a 35ª reunião da comissão, na tarde desta quarta-feira (15), quando parte do relatório do deputado Francisco do PT foi analisado e os parlamentares propuseram mudanças. Além de Cipriano Maia, empresários e uma servidora também foram indiciados.
Na reunião passada, o relatório foi lido pelo deputado Francisco do PT com o
indiciamento de algumas pessoas, principalmente relacionadas ao Consórcio
Nordeste. Nesta quarta, contudo, os parlamentares analisaram 10 dos 13
processos investigados pela CPI - o do Consórcio Nordeste ficou para a
quinta-feira (16). Na análise, a maior parte dos deputados aprovaram mudanças
no relatório.
No início da reunião, o presidente da CPI da Covid, deputado Kelps Lima
(Solidariedade), explicou como seria a dinâmica para a votação. Ao todo, foram
dados quatro votos complementares, que ampliavam sugestões ou diligências em
contratos, além de outros seis votos divergentes, que tratavam sobre mudanças
drásticas no entendimento do relator no documento apresentado anteriormente.
Todos os votos divergentes e complementares foram de autoria conjunta dos
deputados Kelps Lima, Gustavo Carvalho (PSDB) e Getúlio Rêgo (DEM). Na sessão,
as propostas complementares foram aprovadas à unanimidade. Por outro lado,
outros seis votos divergentes foram aprovados por 3 votos a 2, sempre com votos
contrários do relator, Francisco do PT, e do deputado George Soares (PL).
Nos votos divergentes, os contratos analisados foram para compra de
respiradores fora de especificações e nunca utilizados; compra de testes contra
Covid; contratação de instituto para inquérito sorológico; contratação de
Organização Social para gestão de leitos nos hospitais João Machado e Alfredo
Mesquita; aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); e contrato
de serviço de transporte sanitário. Em todos os contratos, o secretário
Cipriano Maia foi indiciado. Além dele, empresários envolvidos na contratação
de gestão de leitos e na contratação de EPIs, enquanto uma servidora e Cipriano
Maia foram indiciados pela contratação do transporte sanitário.
Na justificativa para os indiciamentos, o deputado Kelps Lima, que fez a
leitura dos votos divergentes, elencou elementos que supostamente apontavam
para direcionamento de contratação de empresas e "omissões dolosas"
por parte do secretário Cipriano Maia. Por outro lado, Francisco do PT criticou
os indiciamentos por apontar informações que supostamente afastam a
possibilidade de intenção em cometer irregularidades. Além disso, ele
questionou o não indiciamento de empresários em outros processos em que
Cipriano Maia aparece como indiciado, já que, no entendimento do relator, se há
conluio, deveria haver indiciamento de quem supostamente teria participado.
Após a votação, os deputados convocaram outra sessão para a quinta-feira (16),
quando serão analisados os contratos investigados na Operação Lectus, compra de
respiradores pelo Consórcio
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