CPI vai apurar suposta coação de servidores que foram testemunhas sobre contratos
A CPI da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte teve mais uma reunião na tarde desta quarta-feira (29), no Legislativo potiguar. Os parlamentares ouviram uma funcionária do Samu, na condição de testemunha, acerca da contratação de ambulâncias para o transporte de pacientes em determinado momento da pandemia da covid-19 no estado. Na reunião, contudo, os parlamentares também informaram que farão uma investigação sobre suposta tentativa de coação ou treinamento para depoimentos de testemunhas que têm sido ouvidas pela CPI.
No depoimento desta quarta-feira, a coordenadora-geral do Samu, Wilma Maria
Fernandes Dantas, foi ouvida como testemunha sobre o contrato de ambulâncias.
Os parlamentares questionaram sobre a formatação do contrato e também execução
do serviço. A testemunha disse que o serviço foi útil e que não observou
irregularidades, enquanto foi questionada pelo presidente da CPI, deputado
Kelps Lima (Solidariedade), e pelo deputado Gustavo Carvalho (PSDB), acerca dos
motivos pelos quais o contrato foi suspenso, já que ela o considerava importante.
Além disso, também questionaram o motivo pelo qual o empresário que teve o
contrato suspenso não acionou a Justiça.
"São dúvidas que até agora não foram respondidas, nem pelas testemunhas,
nem pelo empresário. Houve uma vistoria que não há fotos do interior das
ambulâncias, e isso também é de se estranhar, assim como também é de se
estranhar que o Governo tenha encerrado o contrato se o pagamento ocorria
somente por demanda. Esse é um dos contratos mais suspeitos que estão sendo
investigados pela CPI", disse Kelps Lima.
Por outro lado, o relator da CPI, deputado Francisco do PT, disse que todas as
pessoas ouvidas pela CPI atestaram a importância do contrato e que não há, em
sua opinião, indícios de irregularidades. "Como poderia haver um arranjo
em que um envolvido tem prejuízo?", questionou o parlamentar, que teve o
entendimento semelhante ao do deputado George Soares (PL), também membro da
CPI.
Na reunião, o presidente Kelps Lima também informou que recebeu relatos de que
testemunhas estariam tendo acesso a oitivas momentos antes de seus depoimentos,
o que não é permitido. Além disso, também disse que vai apurar supostas
tentativas de coação dos servidores convocados a depor na CPI e se essas
testemunhas também teriam sido "treinadas" pelo Governo para os
depoimentos. "Caso esteja acontecendo, é algo que não vamos admitir",
garantiu Kelps Lima.
Nenhum comentário: