CPI ouve testemunhas e confirma depoimento de secretário-executivo do Consórcio Nordeste
A CPI da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte teve, na tarde desta quinta-feira (23), mais uma reunião, com os depoimentos de três pessoas. Um empresário, que foi ouvido na condição de investigado, e duas servidoras da Secretaria de Saúde do Estado, que são testemunhas, depuseram para os parlamentares sobre dois contratos que são alvos de investigação. Além disso, o presidente da CPI, deputado Kelps Lima (Solidariedade), anunciou que os depoimentos de duas pessoas envolvidas na compra de respiradores por parte do Consórcio Nordeste.
Primeiro a ser ouvido na CPI, o empresário Luiz Carlos Souza, da empresa
Interprise Instrumentos Analíticos LTDA, foi ouvido sobre a aquisição de
reagentes por parte do LACEN. Os parlamentares questionaram principalmente
sobre como se deu o andamento para a contratação, já que não houve propostas de
outras empresas. O empresário explicou que somente a Interprise dispunha de um
tipo de reagente que foi testado e aprovado por diversos laboratórios do país
em junho do ano passado, para a realização de testes de covid-19. Por isso, acredita
que ocorreu a celeridade no processo de contratação para a aquisição dos
reagentes.
Por outro lado, o deputado Kelps Lima questionou sobre a data em que a proposta
foi encaminhada pela empresa e ouviu do investigado que o documento foi
encaminhado em data que seria anterior ao termo de referência para contratação
do serviço. Para esclarecer o assunto, o presidente da CPI deu prazo de sete
dias e solicitou documentos comprovando o encaminhamento da proposta, o que
ficou acordado com o representante da empresa.
Além do contrato relacionado aos reagentes, os parlamentares também se
debruçaram sobre a contratação de um instituto de pesquisa do Piauí para
realização de uma levantamento com relação a pessoas infectadas pela covid no
estado. Depuseram a servidora Deuma Maria Alves Santos de Oliveira e Kelly
Kattiucci Brito de Lima Maia, que participaram do processo para a contratação
da empresa. O tema já havia sido discutido em outras reuniões, mas os
parlamentares ainda tinham questionamentos com relação à conclusão da pesquisa,
se houve o pagamento por uma etapa do levantamento que não chegou a ser
realizado e sobre a real efetividade da pesquisa sem a fase inicial. A forma
como ocorreu a contratação da empresa também foi alvo de questionamento, já que,
no entendimento dos deputados Kelps Lima e Gustavo Carvalho (PSDB), o instituto
contratado pode ter sido beneficiado porque outras possíveis prestadoras do
serviço, inclusive do estado, não foram informadas sobre o levantamento.
"O que buscamos é esclarecer os fatos e os termos em que os contratos
foram formulados, inclusive colaborando com a formulação dos novos contratos na
administração pública. Não queremos fazer pré-julgamento de ninguém e torcemos
para que os contratos investigados não tenham irregularidades, mas precisamos
investigar os indícios de falhas que já demonstramos haver", disse o
presidente da CPI, Kelps Lima, em reunião que contou também com a participação
do deputado Gustavo Carvalho e do relator, Francisco do PT.
Na reunião, inclusive, o presidente da CPI disse que os depoimentos do
secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, e do empresário
Carlos Kerbes estão agendados e confirmados para o dia 6 de outubro. Ambos
serão ouvidos sobre o pagamento de quase R$ 5 milhões pelo Rio Grande do Norte
para a compra de ventiladores pulmonares que não foram entregues ao estado,
assim como o dinheiro também não foi devolvido.
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