Covid-19: Colapso de sistema de saúde alcançando municípios era alertado em 2020
O
primeiro trimestre de 2021 marca a pior fase da pandemia no Brasil, com
crescimentos recordes de média de casos e óbitos em decorrência da Covid-19. O
cenário do colapso da saúde é a realidade atual de grande parte dos municípios
do país. Porém, desde o fim de 2020 havia alertas técnicos sobre a
sincronização da epidemia em diversas regiões, afetando mais do que apenas as
grandes metrópoles, com maior circulação de pessoas.
Pesquisas
e avaliações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por exemplo, já deixavam claro
que medidas adotadas apenas parcialmente, prefeituras abrindo comércios e
ausência de medidas coordenadas poderiam causar a pressão sob o sistema de
saúde vista hoje. Em nota técnica de 7 de dezembro de 2020, a Fiocruz apontava
“o fim do ciclo de interiorização, a sincronização da epidemia e as
dificuldades de atendimento nos hospitais”.
O
texto pontuava que o Brasil vivia a “sincronização das curvas epidêmicas”, ou
seja, o espalhamento do vírus em todo o território nacional, devido à maior
mobilidade da população e à circulação do vírus. Naquele mês, apenas dois
estados estavam com níveis de ocupação de leitos de unidade de terapia
intensiva (UTI) considerados críticos, acima de 80%. No último boletim
extraordinário da fundação, divulgado em 30 de março deste ano, somente dois
estados não estão com níveis críticos.
Principais
erros
Carlos
Machado pontua que várias ações, e ainda ausência delas, levaram ao cenário já
esperado. “De lá para cá, o que assistimos foram medidas parcialmente adotadas
ou medidas adotadas gerando confusão. No meio da crise, quando são adotadas
medidas rigorosas, houve manifestação contra o fechamento das atividades. Não é
preciso dizer o que aconteceu depois. A prefeitura cedeu, em parte, a isso. Mas
não há economia sem enfrentar a pandemia”, levanta.
Outra dificuldade enfrentada para conter a disseminação do vírus, segundo ele,
foi a publicação de diferentes decretos em um curto período de tempo.
Por
fim, o pesquisador cita a falta de ações centralizadas, que acabaram fazendo
com que diferentes municípios e estados, mesmo aqueles vizinhos, tenham
estratégias distintas para a contenção do vírus.
Brasil 61 |
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