Com escolas fechadas: Seminário que apontava os desafios e oportunidades das novas gestões municipais de educação não conseguiu obter atenção dos gestores da região salineira
A
educação brasileira pública suspendeu as aulas em meados de março do ano
passado em função da pandemia e a grande maioria das escolas permanecem
fechadas até o momento, o que obviamente implica em uma série de desafios para
os novos gestores, que acabaram de assumir seus mandatos.
Diante
deste cenário
O
Itaú Social promoveu o seminário virtual “Caminhos e soluções para a melhoria
da educação: desafios e oportunidades das novas gestões municipais”, seminário, que tudo indica, não conseguiu atrair interesse público dos gestores da nossa região.
O detalhe
Esse
evento on-line reuniu prefeitos, dirigentes e equipes técnicas das secretarias
de educação de municípios de todo o Brasil, trazendo uma análise da situação
das redes de ensino no contexto pandêmico e o planejamento para o início do ano
letivo, assim como as possibilidades de desenvolvimento das equipes de gestores
educacionais.
Região salineira
Pelo andar da carruagem não houve a participação de nenhum gestor público da região salineira, uma vez que pelas informações que busquei ninguém da região salineira identificou participação, outros nem responderam sobre o assunto, o que nos leva crer que este se silêncio é a prova da não participação. Por isso a educação na nossa região caminha nesse sub-desenvolvimento de conhecimento socioeducacional.
Acredito até que não houve interesse público de grande parte dos gestores potiguares na participação deste importante seminário sobre educação pública em tempos de pandemia.
Mas
O
coordenador da área da educação do Centro de Estudos de Administração Pública e
Governo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Abrucio, teve a oportunidade
de avaliar como estão os primeiros dias dos novos gestores, os desafios deste
ano e o agravamento da desigualdade decorrente da pandemia. Para ele, os
prejuízos na educação em 2020 não vão se esgotar em 2021 e é preciso pensar a
longo prazo.
Abrucio defende a criação de um Sistema Nacional de Educação, com um
planejamento integrado entre Municípios, Estado e União. “A palavra chave para
resolver o problema da educação nos próximos quatro anos com grandes desafios
educacionais, desafios da pandemia, desafios gerenciais, é colaboração.
Colaboração dentro das escolas, colaboração entre escolas, colaboração com a
sociedade, colaboração com os municípios e colaboração federativa”, destacou.
Estratégias
Também foram apontadas estratégias para enfrentamento deste cenário, como iniciativa da Busca Ativa Escolar. A plataforma gratuita ajuda os municípios a combater a exclusão escolar. A intenção é apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão.
Prejuízo de fato
Para o chefe de educação da Unicef no Brasil, Ítalo Dutra, o maior prejuízo é justamente para crianças e adolescentes em situação de maior vulnerabilidade, que já sofriam antes pelas mazelas do atraso escolar.
Uma vez que 5,5
milhões de crianças e adolescentes não estavam com vínculo na escola - ou se
consideravam matriculados, mas não conseguiram ter acesso a atividades
escolares - Na região salineira, salvo escolas do Alto do Rodrigues, as Escolas Públicas Municipais seguem todas fechadas, com algumas voltando de maneira tímida com educação de forma remota.
Por fim
“ É difícil
precisarmos se em um ano as coisas voltarão a ser como no período pré-pandemia.
Estudos sobre escolas que ficaram fechadas por longos períodos mostram que a
recuperação leva, no mínimo, três anos. Esse ano de 2021 também será desafiador. Mas o
que é interessante é que as evidências científicas mostram que as crianças
transmitem muito menos o vírus, o potencial de contaminação é muito menor. Isso
dá uma segurança maior para que os gestores municipais reabrirem as escolas com
todos os protocolos de segurança. E é importante reabrir por conta dos impactos
que são brutais, principalmente para as crianças em situação mais vulnerável”, conclui Ivan Gotijo, especialista em políticas
educacionais.
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