Reabertura das atividades econômicas exige responsabilidade das empresas ou haverá retrocesso na retomada
A
governadora Fátima Bezerra disse em entrevista coletiva nesta terça-feira, 30,
que o início da retomada gradual das atividades econômicas programada para esta
quarta-feira, 1º de julho, é uma decisão tomada com base nas análises feitas
pelo Comitê Científico de assessoramento ao Estado na pandemia, que apontam a
redução da taxa de transmissibilidade e a ocupação de leitos. "Esses
indicadores orientam a retomada gradual e segura das atividades após mais de
100 dias do primeiro decreto com as medidas de proteção no enfrentamento ao
novo coronavírus", afirmou.
A
chefe do Executivo estadual alertou que as medidas restritivas continuam
valendo. "Carreatas, passeatas, manifestações que gerem aglomerações
continuam proibidas e o governo será rigoroso na fiscalização", disse,
conclamando os prefeitos e autoridades municipais a fortalecerem o Pacto Pela
Vida.
Retomada com obediência e regras
O coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da UFRN e
integrante do Comitê Cientifico de assessoramento ao Governo do RN, professor
Ricardo Valentim, também enfatiza que o momento é de o setor produtivo e toda a
população obedecerem às regras para retomada gradual das atividades.
“O Comitê Científico monitora diariamente o comportamento da pandemia. Devemos
agir com cautela e cuidado. O momento é também de reforçar as ações do Pacto
pela Vida para que não seja preciso retroagir caso haja mudança do quadro de
transmissibilidade e ocupação de leitos", explicou, para acrescentar que "se
aumentar a taxa de transmissibilidade, que vem reduzindo, se houver aumento da
demanda por leitos, e se não houver compromisso com as medidas sanitárias a
suspensão das atividades vai voltar mais rígida. Não é ‘liberou geral’. É uma
liberação gradual e muito cuidadosa, com planejamento e medidas
sanitárias".
Empresas devem orientar
Também durante a coletiva de imprensa, o professor Juciano Lacerda, do Programa
de Pós-graduação em Estudos de Mídia da UFRN e integrante do Comitê Científico
destacou a co-responsabilidade do setor produtivo na implementação da retomada.
Ele alertou que é preciso que as empresas trabalhem com a sociedade para que
pessoas não interpretem que está tudo liberado, como ir à praia. As medidas de
proteção continuam em vigor.
Leitos
O Governo do RN continua investindo para ampliar a assistência aos casos de
Covid-19 e já disponibilizou 415 leitos exclusivos para tratamento da doença.
São 214 UTIs e 201 leitos clínicos em todo o Estado. Nos últimos 15 dias foram
instalados mais 42 leitos de UTIs na rede estadual e nos próximos dias serão
abertos mais 67, sendo 15 no Hospital João Machado, 10 no Hospital Walfredo
Gurgel, mais 10 em Macaíba, outras 10 em Assu, 5 em João Câmara, mais 5 em
Currais Novos, 5 em Santo Antônio, 5 em São Gonçalo e 2 em Caicó.
Apoio aos municípios
Sobre o apoio governamental aos municípios, o secretário de Segurança Pública e
Defesa Social (Sesed), Francisco Araújo, explicou que as Polícias Militar e
Civil e o Corpo de Bombeiros Militar irão atuar na fiscalização e atenderão as
solicitações para que sejam respeitadas as medidas protetivas e o distanciamento
social. "Lembramos que a retomada gradual das atividades econômicas não
suspende a proibição de aglomerações, prática de esportes coletivos e festas.
Isto ainda não é permitido e o sistema de segurança irá atuar para garantir o
avanço na retomada das atividades e a saúde coletiva. O Pacto pela Vida
continua", disse Araújo.
Dados
O secretário adjunto da Saúde Pública (Sesap), Petrônio Spinelli, confirma que
há no RN nesta terça-feira 46.427 casos suspeitos de pessoas com Covid-19,
30.010 confirmados, 1.034 óbitos (3 nas últimas 24 horas) e 167 óbitos em
investigação.
Há nos hospitais das redes públicas e privadas 731 pessoas internadas, sendo
372 em leitos críticos. A taxa de ocupação geral é de 93,7% de leitos críticos,
sendo que no Oeste (Mossoró) e em Guamaré este índice chega a 100%. O
percentual continua próximo da totalidade em Natal (97,3%), mas reduz em Caicó
(79,3%) e em Pau dos Ferros (63%).
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