MPF confirma denúncia contra ex-senador JA por manter funcionário fantasma
O
Ministério Público Federal (MPF) ratificou a denúncia contra o ex-senador José
Agripino Maia, e outras duas pessoas, por associação criminosa e peculato. A
ação penal original havia sido apresentada pela Procuradoria-Geral da República
ao Supremo Tribunal Federal (STF), no final de 2018 quando ele ainda exercia o
mandato no Senado. Agora, que não é mais parlamentar, o processo tramitará na
Justiça Federal de primeira instância no Rio Grande do Norte.
José
Agripino é acusado de nomear e manter como secretário de seu gabinete em
Brasília – entre março de 2009 e março de 2016 - o “funcionário fantasma”
Victor Neves Wanderley (conhecido como Victor Souza), que era gerente de
farmácia em Natal e desde 2017 é presidente da Câmara de Vereadores do
Município de Campo Redondo. Ele não prestava serviços e repassava a remuneração
recebida do Senado a Raimundo Alves Maia Júnior (conhecido como Júnior Maia,
primo de Agripino e que declarou ser sogro de Victor).
O
esquema ilegal foi montado já que Júnior Maia, que prestava os serviços em
Brasília, era servidor da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e,
assim, não poderia assumir oficialmente a função no Congresso. O ex-senador
promoveu então a nomeação fictícia de Victor Souza e, durante os sete anos, a
irregularidade custou quase R$ 600 mil aos cofres públicos.
A
denúncia do MPF - ratificada agora em primeira instância pelo procurador da
República Fernando Rocha -, além de pedir o ressarcimento do valor com correção
e juros, requer indenização por danos morais coletivos em quantia equivalente
ao dobro da desviada, bem como a perda do “cargo ou emprego público ou mandato
eletivo” que eventualmente os envolvidos estejam ocupando. O processo tramitará
na Justiça Federal do Rio Grande do Norte sob o número
0807805-48.2019.4.05.8400.
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