sexta-feira, junho 07, 2019
CPI das fake news preocupa parlamentares da “bancada da selfie”
O site congresso em foco destacou em sua página que a possível criação de uma comissão
parlamentar de inquérito (CPI) das “fake news” no Congresso tem preocupado
parlamentares que se elegeram apoiados nas redes sociais. Deputados e senadores
que formam a chamada “bancada da selfie” afirmam temer que a CPI, protocolada
nessa quarta-feira (5), seja usada como uma espécie de “caça às bruxas” a
grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
O pedido para criar a comissão reuniu
o número de assinaturas necessárias e agora aguarda a leitura no plenário da
Câmara para ser oficialmente aberta. A proposta é assinada pelo deputado
Alexandre Leite (DEM-SP), mas foi articulada por líderes da Câmara com a
anuência do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O jornal O Estado de S.
Paulo apurou que o foco da comissão será a investigação do que Leite define
como “milícias virtuais”.
“Não se pode transformar a CPI em um
instrumento de caças às bruxas. O que seriam ‘milícias virtuais’? Quem discorda
do que acontece aqui dentro? O Parlamento não pode assumir um papel
inquisitorial por discordar de críticas vindas das redes sociais”, afirmou a
deputada Bia Kicis (PSL-DF), que tem presença constante nas redes sociais.
Conforme mostrou o jornal, a ideia de
abrir uma investigação parlamentar vai na mesma linha do inquérito do Supremo
Tribunal Federal que tem como alvo ataques aos ministros da Corte. Tanto no
Supremo quanto no Congresso o objetivo é impedir ataques e a disseminação de
ameaças contra autoridades, em um esforço para preservar as instituições diante
de um ambiente virtual hostil.
Um ponto central do escopo da proposta
preocupa deputados do PSL ouvidos pelo Estado: a investigação de “cyberbullying
sobre autoridades”. Eles alegam que a medida é para evitar cobranças públicas
feitas nas redes sociais sobre votações dentro da Casa.